Retinoblastoma na mídia

Pela revista Universo Visual em 04/02/22

A recente divulgação de um problema de saúde, infelizmente envolvendo a filha do jornalista Tiago Leifert e sua esposa, Daiana Garbin, abriu espaço nos meios de comunicação para falar sobre o retinoblastoma, um tipo raro de tumor intraocular maligno que, nesta modalidade, é o mais comum entre as crianças. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) oferecem os seguintes esclarecimentos:

1) O diagnóstico precoce desta forma de tumor, cuja origem está associada a fatores genéticos, é o melhor caminho para garantir seu tratamento adequado;

2) Neste sentido, o início dos cuidados começa ainda na maternidade, onde todo recém-nascido deve ser submetido ao Teste do Olhinho (teste do reflexo vermelho) até 72 horas de vida, sendo este o primeiro passo para a detecção de doenças oculares;

3) Após essa abordagem inicial, o Teste do Olhinho dever ser repetido pelo pediatra ao menos três vezes ao ano, nos três primeiros anos de vida da criança;

4) Na identificação de qualquer anormalidade, o paciente deve ser encaminhado para consulta com oftalmologista que aprofundará a investigação;

5) Para ampliar a proteção da saúde ocular das crianças, recomenda-se ainda que bebês de seis a 12 meses passem por um exame oftalmológico completo;

6) Posteriormente, entre três (idealmente) e cinco anos esse mesmo bebê deve ser submetido a uma segunda avaliação oftalmológica;

7) Estes exames oftalmológicos completos são fundamentais para detecção precoce de problemas oculares que afetam a saúde ocular da população pediátrica;

8) Em caso de confirmação de diagnóstico de retinoblastoma, a criança iniciará tratamento que depende de vários fatores (localização e o tamanho do tumor, disseminação além do olho e possibilidade de preservação da visão);

9) Na condução de casos de retinoblastoma podem ser adotados diferentes procedimentos, como quimioterapia (intravenosa, intra-arterial, periocular e intraocular), terapia focal e métodos cirúrgicos;

10) Para outras informações sobre o retinoblastoma, acesse o site da SBOP (https://sbop.com.br/retinoblastoma/).

O CBO e a SBOP fazem ainda outro alerta aos pais e responsáveis: em casos de doenças oculares confirmadas, confiem apenas nos cuidados oferecidos por médicos, em especial por oftalmologistas. Supostos tratamentos, como "self-healing" ou prática de exercícios oculares não têm comprovação científica. Portanto, eles não servem para curar o retinoblastoma ou qualquer outra doença que afeta o aparelho da visão (glaucoma, catarata, doenças retinianas, etc.)-essas abordagens podem retardar o início de tratamentos corretos, aumentando as chances de comprometimento parcial ou total da visão e, em casos de tumores, até mesmo da vida do paciente.

Consulte um médico oftalmologista em todas as fases da vida.